Todas as cidades tem suas origens históricas
ligadas à fatos da geografia humana, associados a lugares que os vinculam
no cotidiano dos dias primeiros. A nossa amada terra natal Apodi tem merecido
destaque, no que consiste a facilidade que os seus munícipes tem em dar
apelidos à famílias, pessoas e lugares. Há cerca de 30 anos venho compilando
fatos da história de Apodi que ainda não foram objeto de publicação em
livros, resgatando-os de documentos oficiais empoeirados e esquecidos nos
arquivos mortos dos dois Cartórios Judiciários da cidade.
O título que encima este despretensioso artiguete,
constitui um capítulo de um livro que pretendo publicá-lo, que tem o
título "MEMORIAL PODY DOS ENCANTOS - TRÊS SÉCULOS DE HISTÓRIA".
Garimpando subsídios históricos com antigos Apodienses, como Sêo Chico Paulo,
Sêo Emídio Dias, Chico Piaba, Novo Baité (Irmão de Belchior Dantas), Maria de
Abília, Edmilson Morais, Dona Rosa Guerra, Valter Guerra e outros nomes não
menos dignos de nota, pude cadastrar os nomes de 77 famílias apodienses com
apelidos mui interessantes. Hoje farei abordagens históricas sobre as famílias
AMOR, BAITÉ e BANDA.
A família AMOR é muito antiga e tradicional, tendo
como feudo territorial o sítio "Córrego", espalhada naquelas belas
paragens como areia no deserto. O primeiro componente a adotar o apelido AMOR
foi o Sr. PEDRO AMOR DE PAULA, que era casado com ANTONIA PAULA DE LIMA, e que
constituem o tronco principal de onde vieram todos os AMOR. Deste honrado
nasceu:
F.01- JOSÉ FERREIRA LIMA:
. Era popularmente
conhecido como "ZÉ AMOR".
. Nasceu no sítio
"Córrego", no ano de 1834 e faleceu no mesmo sítio a 23.04.1916, aos 82
anos de idade.
. Era casado com JOANA
FRANCISCA DA CONCEIÇÃO, falecida a 11.03.1920.
. Foram pais de:
N.01- FRANCISCO MARCOLINO DE LIMA - Casado com
Francisca de tal.
N.02- MANOEL SANTIAGO DE LIMA - Casado com Maria
Rosa.
N.03- JOSÉ FERREIRA LIMA (Repete o nome o pai).
N.04- SABINA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO - Casada
com Porfírio Eliziário da Silva.
N.05- ANTONIO MODESTO DE LIMA -
Casado com Maria Bezerra de Carvalho.
N.06- LUÍS FERREIRA LIMA - Casado com América
Veneranda da Silva.
N.07- PEDRO FERREIRA LIMA - Casado com Antonia
Batista da Silva.
N.08- MARIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO - Casada com
Manoel Maria da Silva.
N.09- PRIMO FERREIRA LIMA - Casado com Maria Romana
de Carvalho.
N.10- ANTONIA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO - Casada
com Antonio Lúcio de Lima.
Esta laboriosa família tem um
expressivo descendente na pessoa do Prof. ANTONIO FERREIRA LIMA,
popularmente conhecido como "Antonio de Zuza", casado com a abnegada
e profícua Professora CONCEIÇÃO MAIA, filha de Pedro Possidônio e de Francisca
de Oliveira Pinto (Dona Moleca). Conceição é minha parente próxima tanto por
parte de pai (Pedro Possidônio era sobrinho materno de minha avó Dona Nicinha)
e dona Moleca era prima legítima de meu avô paterno Aristides Pinto. Outro
membro dessa família bastante conhecido é o Sr. BATISTA AMOR, que, segundo
Dodora de Tião Lúcio, foi o primeiro morador do sítio "Córrego" a
possuir um veículo de marca JEEP, da indústria automobilística Wyllis. Batista
tinha um irmão por nome Antonio Amor.
A família BAITÉ é muito conhecida em Apodi,
principalmente pela particularidade de que, dentre os filhos do casal JOSÉ TENÓRIO
DE OLIVEIRA, conhecido como ZÉ BAITÉ, e JOAQUINA AMÉLIA DANTAS, três filhos
repetiam os nomes dos "Três Reis Magos: Belchior, Balthazar e Gaspar.
Balthazar era conhecido como "Batinha", e Gaspar (Que é
vivo, lépido e fagueiro aos 87 anos de idade), que é conhecido como "NOVO
BAITÉ", residente em Mossoró, e que a história de Apodi registra como
tendo sido o dono da primeira sorveteria instalada em Apodi, no ano de 1956,
instalada na Rua N.Sra. da Conceição, naquele imóvel onde Lulú de Alfredo
instalou, depois, o seu Escritório Contábil. A esposa de Zé Baité era
irmã legítima do antigo Sacristão Manoel Dantas, avô materno de dona Maria
Coeli, que por sua vez é avó materna de Regina do Cartório. O velho ZÉ BAITÉ
faleceu a 19 de Abril de 1933 aos 57 anos de idade. Era filho natural de
Maria Luíza da Conceição. JOAQUINA era filha de José Dantas Furtado e de
Joaquina Dantas da Conceição.
ZÉ BAITÉ e JOAQUINA DANTAS foram pais de:
F.01- GASPAR DANTAS (Novo Baité). Casou com Antonia
Maria da Conceição (Toinha, natural de Caraúbas).
F.02- BELCHIOR DANTAS - Casou em primeira núpcias
com FRANCISCA, filha do velho Anastácio Pereira, e segunda vez casou com outra
FRANCISCA, filha do velho Luís Sapo.
F.03- BALTHAZAR DANTAS (Batinha Baité) - Residiu no
estado do Amazonas durante 40 anos.
F.04- RAIMUNDO - Faleceu em Recife-PE.
F.05- JOSÉ DANTAS (Dedé Baité) - Casou com JOANA, filha
de Antonio Padre. São os pais de D'Arc Baité.
F.06- JOÃO DANTAS (Dandão Baité) - Casou com JOANA,
filha de Luís Cangalheiro.
F.07- MARIA DANTAS - Casou com o soldado-PM
Euclides Moura, conhecido como Mourinha. Residem em Natal.
F.08- VICÊNCIA DANTAS - Casou com o Sr. ABEL
MEDEIROS, que veio morar em Apodi a convite do Cel. Lucas Pinto, de quem passou
a ser motorista. Abel era conhecido como "Abel Pé-de-Quenga", apelido
dado pelos apodienses, pelo fato dele ter defeito físico em um dos pés. Era
natural da cidade de Remígio-PB, falecido em Natal no ano de 2003, com cerca de
90 anos de idade. Houve um incidente entre Abel e Edite Noronha, sendo
certo que esta tinha fases em que era acometida por deficiência mental, e
vagava pelas ruas de Apodi, envolta pela escuridão. Certa noite o Sr. Abel
tinha chegado de viagem à noite, e depois de jantar, sentou-se na calçada de
sua residência, até por volta das 11 horas da noite, hora em que viu um vulto
se aproximar, tendo perguntado de quem se tratava. Como ele tinha inimigos, e
diante do silêncio do vulto que cada vez mais se aproximava, empunhou seu
revólver e fez um disparo em direção aos tijolos da calçada (que não era
cimentada). Por ironia do destino, a bala ricocheteou e foi alojar-se na parte
inferior do ventre de Edite, que era o vulto. Conduziram-na na mesma hora para
Mossoró, onde foi cirurgiada e teve franca recuperação. A partir daí os
Apodienses passaram a apelidá-la de Edite Pêi-Pôu, o que a deixava irada,
momento em que a mesma dava vazão à raiva proferindo palavrões de baixo calão.
Outro expoente da família BAITÉ foi o Sr. JOÃO
URBANO DE OLIVEIRA BAITÉ, casado com FRANCISCA MARIA DA CONCEIÇÃO e foram pais
de:
F.01- PAULA ANANIAS DE OLIVEIRA:
. Casou com o Sr.
THEÓFILO CARDOSO DE OLIVEIRA, e foram pais de:
N.01 A 05 - MARIA, RANCISCA, JOÃO, JESUMIRA e LUÍS.
Sequenciando esse
desiderato histórico-familiar, vamos encontrar a FAMÍLIA BANDA, que tem origem
em JOÃO FERREIRA NORONHA, conhecido como JOÃO BANDA, soldado da PM reserva
remunerada, filho de MANOEL PEDRO FERREIRA e de ETELVINA NORONHA (Telina
Noronha). JOÃO BANDA casou com ISABEL COSTA, filha de João Francisco da Costa,
vulgo João de Elias, e de Cristina, cearense da cidade de Camocim.
JOÃO BANDA e ISABEL
são pais de:
F.01- ANTONIA NORONHA COSTA (Toinha) - Casou com
Pedro de Adália.
F.02- AMÂNCIO NORONHA COSTA.
F.03- JOÃO BATISTA.
F.04- MARIA NORONHA COSTA - Casou com Luís de Zé
Galdino.
F.05- MARIA - Casou com JOÃO, filho de João Tito e
Maria de Maneco do Carmo.
F.06- FRANCISCO NORONHA COSTA -
vulgo Chico Banda. Casou com Maria da Conceição Aires da Costa,
conhecida como SULA, professora da rede estadual de ensino, filha de Elísio
ires de Sena (Elísio Reinaldo) e de Clotildes Guerra.
. CHICO BANDA e SULA são pais de:
N.01 a 04: SILMA, SILVIA, SÍDIA, e FRANCISCO
EDJALSON AIRES DA COSTA.
(FONTE: Livro de Óbitos do Primeiro Cartório Judiciário
do Apodi - 1906-1911, e entrevistas concedidas pelos Srs. GASPAR DANTAS (Novo
Baité) e CHICO BANDA).
Marcos Pinto – Historiador e Presidente da
Academia Apodiense de Letras.
2 comentários:
Depois do Samu Metropolitano de Mossoró, com alcance em Areia Branca, Tibau, Baraúna, Upanema, Governador Dix-sept Rosado e Serra do Mel, o Governo do Estado começa a preparar os hospitais regionais de Apodi, Caraúbas, Pau dos Ferros e Assu para receber o serviço. O benefício foi anunciado pela governadora Rosalba Ciarlini, na solenidade de entrega das sete ambulâncias e duas motolâncias de Mossoró, na última sexta-feira, 20.
Natal e RN é destaque cosntante na mídia nacional. O "verde" e o "rosa" potiguar só tem nos evergonhado.
Postar um comentário