O
que foi preservado da história antiga do Apodi, os registros dos principais
fatos e acontecimentos ligados à sua formação política, administrativa e
social, à sua gente e às suas lendas, devemos em grande parte aos historiadores
conterrâneos, Raimundo Nonato Ferreira da Mota e Manoel Antônio de Oliveira
Coriolano.
Homens que se dedicaram a pesquisas sobre assuntos de interesse de sua terra, investigadores das coisas do nosso passado, deixaram em seus interessantes trabalhos sobre a ribeira do Apodi, valiosos dados para o estudo da nossa história.
Através das referencias de suas notas e observações, muitas das quais publicadas em revistas e almanaques, encontram-se os esclarecimentos relativos à sesmaria requerida pelos fundadores do Apodi, à criação e instalação da vila, da comarca e de outros eventos de significação na vida da comunidade.
As datas e os relatos mais importantes, os nomes dos primeiros colonizadores e administradores, as organizações religiosas, políticas e administrativas e sociais e culturais que iam surgindo na terra, tudo isto, foi registrado pelos historiadores do Apodi.
“Os índios Tupis chamavam sanharó, sonharão, a uma abelha preta, muito mordaz. No município do Apodi, no Rio Grande do Norte, há um sítio “sonhorom” que é apenas deturpação desse nome. Aí residia Manoel Gomes do Rego e sua mulher D. Izabel Maria de Jesus. Manoel Antônio de Oliveira Coriolano nasceu no sítio sonharão, no dia 5 de janeiro de 1835. faleceu na cidade do Apodi a 28 de dezembro de 1922. durante meio século seu nome correu todo oeste da província e estado, era cronista do sertão, o historiador inédito mas diário, o sabedor das tradições, o homem que tud o observava, retirada e anotava nos cadernos de papel almoço, tornados famosos nas “ribeiras” como as actas diurnas do desenvolvimento social, folclórico, político e religiosos da região. Pertenceu a uma geração desaparecida de anotadores desinteressados pela divulgação dos ensaios. Conheci ainda, no alto sertão, esses velhos fazendeiros que registravam todos os acontecimentos conhecidos, as datas e os detalhes, formando, desta sorte, os fundamentos honestos de uma história verídica, como testificada pelas notas apanhadas no calor dos sucessos. Manoel Antônio de Oliveira Coriolano pertenceu a essa raça que se extinguiu quase inteiramente e jamais se renovará. Escreveu, com letra graúda e lançada, quatro livros inteiros sobre a historia do Apodi, a freguesia de São João Batista das Várzeas do Apodi, terra nevoenta de tradições sugestivas, núcleo irradiante de fazendas, zona que se partiu para criar municípios, como numa divisão fecunda de polipeiro s.
Homens que se dedicaram a pesquisas sobre assuntos de interesse de sua terra, investigadores das coisas do nosso passado, deixaram em seus interessantes trabalhos sobre a ribeira do Apodi, valiosos dados para o estudo da nossa história.
Através das referencias de suas notas e observações, muitas das quais publicadas em revistas e almanaques, encontram-se os esclarecimentos relativos à sesmaria requerida pelos fundadores do Apodi, à criação e instalação da vila, da comarca e de outros eventos de significação na vida da comunidade.
As datas e os relatos mais importantes, os nomes dos primeiros colonizadores e administradores, as organizações religiosas, políticas e administrativas e sociais e culturais que iam surgindo na terra, tudo isto, foi registrado pelos historiadores do Apodi.
RAIMUNDO
NONATO FERREIRA DA MOTA
Raimundo
Nonato Ferreira da Mota, Historiador apodiense. Nasceu na fazenda Santa Cruz,
do município de Apodi, no dia 30 de Junho de 1866. segundo filho do casal José
da Mota Ferreira Zuza e Emilia Anatildes Fernades Bonavides. Casou-se com
Francisca Praxedes Fernades Mota.
Desse
casamento nasceram treze filhos. Aos sete anos de idade iniciou seus estudos,
freqüentando a escola particular do seu parente Luiz Antônio Fernandes.
Em
abril de 1878 seguiu em companhia dos seus pais para Pernambuco, onde desejava
aprimorar seus conhecimentos. Ali chegando, passou a residir na vila de
Ipojuca, ocasião em que co meçou a freqüentar escolas públicas, estudando
português, história, geografia e aritmética etc., adquirindo bons conhecimentos
dessas matérias. Revelando grande inteligência, p reparava-se Nonato Mota para
prestar exames em Recife a fim de ingressa em cursos ais elevados. A caminho daquela
cidade, foi acometido de moléstia que o prostrou ao leito por vários meses,
retirando-lhe todas esperanças, obrigado que foi a retornar a sua terra natal,
a conselho médico, aqui chegando em fins de 1882. Foi político militante em
Apodi, formando ao lado do partido liberal, do qual foi um dos organizadores.
Escreveu
interessante trabalho sobre a historia do município, intitulado “notas sobre a
Ribeira do Apodi”, em que se acham relacionados fatos e acontecimentos do
passado, informações, transcrição de documentos, sendo bastante útil para
estudos, conforme refere o escritor Raimundo Nonato da Silva.
O
trabalho do historiador apodiense foi publicado na Revista do Instituo
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, volumes XVIII e XIX, Números 1 e
2, 1920 – 1921. Nonato Mota faleceu no dia 10 de outubro de 1936.
MANOEL
ANTÔNIO DE OLIVEIRA CORIOLANO
Outro
historiador do Apodi.
“Os índios Tupis chamavam sanharó, sonharão, a uma abelha preta, muito mordaz. No município do Apodi, no Rio Grande do Norte, há um sítio “sonhorom” que é apenas deturpação desse nome. Aí residia Manoel Gomes do Rego e sua mulher D. Izabel Maria de Jesus. Manoel Antônio de Oliveira Coriolano nasceu no sítio sonharão, no dia 5 de janeiro de 1835. faleceu na cidade do Apodi a 28 de dezembro de 1922. durante meio século seu nome correu todo oeste da província e estado, era cronista do sertão, o historiador inédito mas diário, o sabedor das tradições, o homem que tud o observava, retirada e anotava nos cadernos de papel almoço, tornados famosos nas “ribeiras” como as actas diurnas do desenvolvimento social, folclórico, político e religiosos da região. Pertenceu a uma geração desaparecida de anotadores desinteressados pela divulgação dos ensaios. Conheci ainda, no alto sertão, esses velhos fazendeiros que registravam todos os acontecimentos conhecidos, as datas e os detalhes, formando, desta sorte, os fundamentos honestos de uma história verídica, como testificada pelas notas apanhadas no calor dos sucessos. Manoel Antônio de Oliveira Coriolano pertenceu a essa raça que se extinguiu quase inteiramente e jamais se renovará. Escreveu, com letra graúda e lançada, quatro livros inteiros sobre a historia do Apodi, a freguesia de São João Batista das Várzeas do Apodi, terra nevoenta de tradições sugestivas, núcleo irradiante de fazendas, zona que se partiu para criar municípios, como numa divisão fecunda de polipeiro s.
Não
é possível caminhar –se na história do oeste norte-rio-grandense sem consultar
Manoel Antônio de Oliveira Coriolano, seja qual for o aspecto fixado. Era esse
Cicerone d o Apodi, como lho cognominava “MISCELÂNIA”, jornalismo do Natal, em
seu número 5-12-1898 – “Eis em ligeiros traços, a vida de um destes homens cuja
inteligência excepcional perde-se no recôncavo culto do alto sertão, onde ouve
apenas o mugir da vaca e o relinchar do cavalo”.
Manoel
Antônio de Oliveira Coriolano exerceu cargos locais, na promotoria pública,
eleitor de paróquia, especialmente na advocacia, onde se afirmou um legitimo
tribuno do povo, aceitando causa que afetavam interesses prestigiosos, não
recusando fazer acusações que se tornaram citadas como atitudes de suma coragem
pessoal.
Uma
vida áspera, difícil e cheia de episódios atordoadores criança, não podendo
estudar, vinha espetar na estrada os viajantes, munido de papel e tinta,
suplicando que traçassem para ele os traslados. Aprendeu a ler sem mestre e,
tendo conseguido um livro, deleitava-se de tal forma com a leitura que, mandado
a devorassem, absorvido nas folhas impressas. Ildefonso Alves Maia,
mestre-escola em outubro de 1844, ensinou alguns princípios. Mudando-se para a
Vila em 1855, Coriolano estudou com o padre Florêncio Gomes de Oliveira
rudimentos de curiosidade, daí em diante é um autodidata, sedento de
curiosidade, revolvendo arquivos, tendo de memória livros inteiros, sabendo de
cor centenas de registros de nascimento, casamento e óbitos das famílias
tradicionais no Apodi. Chegou a ensinar Português e Direito Penal no Apodi.
Durante a guerra do Paraguai foi recrutado. Era conservador e o delegado de
policia figurava no Partido Liberal. Depois de dois meses de luta, Coriolano
voltou, livre, com as desculpas do presidente Olinto Meira, cioso dos códigos e
distribuidor de justiças. Rara seria a eleição tumultuosa em que Coriolano não ditasse
de indignação aos furtos das urnas, falsificação de indignação aos furtos das
urnas, falsificação das atas ou sonegação de votos, expressões antigas, e
teimosas do mecanismo eleitoral.
Retirado
da obra de Walter B. Guerra.
Prof.
Bruno Coriolano de A. Costa.
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