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domingo, 20 de março de 2011

[espaço do leitor] Legião Urbana: um grito de liberdade

Prof. BRUNO CORIOLANO, um apodiense.

Eles mudaram os rumos da música brasileira na década de 1980. No país, um verdadeiro regime militar onde manifestar desejos e pensamentos próprios eram verdadeiras armas de destruição em massa. Na cabeça da juventude; a vontade de mudar um mundo. É exatamente nesse contexto que surge a estrela do nosso artigo: a banda de rock brasiliense Legião Urbana. Esse grupo arrastaria verdadeiras multidões e bateria verdadeiros recordes de venda de discos.

Banda com doze álbuns lançados e que teve fim com a morte prematura do líder, Renato Manfredini Júnior, Renato Russo, a Legião Urbana surge depois da extinção da banda de punk rock formada por Renato e os irmãos Fê e Flávio Lemos (Capital Inicial).

Renato tinha tudo para seguir uma vida normal e ser apenas mais um, mas a vontade de sair gritando aos quatro cantos que o mundo que vira não era o mesmo que gostaria de viver, o fez criar uma banda na tentativa de expressar seus pensamentos e até medos em relação à vida.

A Legião foi à voz que ecoou rápido pelo Brasil, ainda em formação democrática e país aterrorizado pelo fantasma da censura. Nas primeiras letras, a banda trazia muita influência do punk inglês e muitas mensagens politizadas, formula que ganhou a atenção dos jovens sedentos por dias melhores. É desse disco (Legião Urbana 1981) o primeiro passo na criação de um vasto repertório musical que atravessaria gerações com músicas como “Será”, “Ainda é cedo”, “Geração coca-cola” e “Por enquanto” considerada por muitos como a melhor música para o encerramento de um disco. No ano de 1986 é a vez do álbum intitulado “Dois”. Nele o hino da eterna juventude, “Tempo perdido” e a história de “Eduardo e Mônica”.

No ano de 1987, as músicas como “Que país é este?” “Faroeste caboclo” e “Química” puderam finalmente ser gravadas. Esse disco traz músicas com muita simbologia e denúncias do submundo do crime. Não é um álbum ruim, mas não mostra o que a banda tem de melhor. Diferentemente do disco anterior, “As quatro estações” de 1989, vem recheado de canções que entraram para a história do rock brasileiro. Músicas como “Pais e filhos”, “Meninos e meninas”, “Monte Castelo”, “Há tempos” entre outras, agora são tocadas por apenas Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, pois o baixista Renato Rocha acaba deixando a banda depois de problemas com os outros membros.

Alguns anos afastada dos estúdios, a legião surge com um novo trabalho. Estamos no ano de 1991 e o álbum em questão é o “V” (cinco), nome muito simples para letras tão complexas e misteriosas. Muitos dizem que Renato usa referências a temas que gostava: Idade Média e Maçonaria. Bem, são músicas do álbum: “A montanha mágica”, “A ordem dos templários”, “Metal contra as nuvens”, “Teatro dos vampiros”, “Vento no litoral” entre outras.

No ano seguinte apenas o lançamento do trabalho duplo intitulado “Músicas para acampamentos” com várias gravações de estúdio e shows feitos pela banda. Destaque para a música “O senhor da guerra”.

Em 1993, depois de alguns problemas com álcool e drogas, o líder da banda volta a gravar e a banda faz um dos seus melhores trabalhos, talvez o melhor. “O descobrimento do Brasil” traz músicas com letras reflexivas como “Só por hoje”, “Hoje não dá”, “Um dia perfeito” e “Vinte e nove” e nostálgicas como “Love in the afternoon” e “Giz”. A capa do disco traz a impressão de mistério e segredo.

Em 1996, a Legião Urbana entra em estúdio para gravar o último trabalho intitulado “A tempestade” ou “O livro dos dias”. Um disco bastante carregado com clima tenso, pois nesse momento o líder já se encontrava bastante debilitado devido a problemas recorrentes do vírus HIV. “Uma verdadeira tradução do estado emocional de Renato Russo. Um adeus sombrio e amargurado”. Curiosamente esse foi um único disco em que a banda não escreveu a frase latina Urban Legio omnia Vince (Legião Urbana vence todas as coisas) frase criada por Renato fazendo referência ao Império Romano. Em vez disso os dizeres do escritor brasileiro Oswald de Andrade “O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus”. Uma verdadeira despedida.

Não há dúvidas que a banda marcou a história desse país. Depois da morte de Renato Russo os outros membros anunciaram o fim da Legião Urbana e nos anos de 1997, 1998 e 1999 foram lançados os discos “Uma outra estação” com várias músicas que não entraram na “Tempestade”;  “Mais do mesmo”; uma coletânea e “Acústico MTV” respectivamente. 

Ps. Artigo dedicado a todos os amantes de uma boa música.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adorei a matéria! parabéns!

Anônimo disse...

Vi no Jronal de fato, eu acho. boa.

Anônimo disse...

Inteligente