Prof.
BRUNO CORIOLANO, um apodiense.
Eles
mudaram os rumos da música brasileira na década de 1980. No país, um verdadeiro
regime militar onde manifestar desejos e pensamentos próprios eram verdadeiras
armas de destruição em massa. Na cabeça da juventude; a vontade de mudar um
mundo. É exatamente nesse contexto que surge a estrela do nosso artigo: a banda
de rock brasiliense Legião Urbana. Esse grupo arrastaria verdadeiras multidões
e bateria verdadeiros recordes de venda de discos.
Banda
com doze álbuns lançados e que teve fim com a morte prematura do líder, Renato
Manfredini Júnior, Renato Russo, a Legião Urbana surge depois da extinção da
banda de punk rock formada por Renato e os irmãos Fê e Flávio Lemos (Capital Inicial).
Renato
tinha tudo para seguir uma vida normal e ser apenas mais um, mas a vontade de
sair gritando aos quatro cantos que o mundo que vira não era o mesmo que
gostaria de viver, o fez criar uma banda na tentativa de expressar seus
pensamentos e até medos em relação à vida.
A
Legião foi à voz que ecoou rápido pelo Brasil, ainda em formação democrática e
país aterrorizado pelo fantasma da censura. Nas primeiras letras, a banda
trazia muita influência do punk inglês e muitas mensagens politizadas, formula
que ganhou a atenção dos jovens sedentos por dias melhores. É desse disco (Legião
Urbana 1981) o primeiro passo na criação de um vasto repertório musical que
atravessaria gerações com músicas como “Será”, “Ainda é cedo”, “Geração coca-cola”
e “Por enquanto” considerada por muitos como a melhor música para o
encerramento de um disco. No ano de 1986 é a vez do álbum intitulado “Dois”. Nele
o hino da eterna juventude, “Tempo perdido” e a história de “Eduardo e Mônica”.
No
ano de 1987, as músicas como “Que país é este?” “Faroeste caboclo” e “Química”
puderam finalmente ser gravadas. Esse disco traz músicas com muita simbologia e
denúncias do submundo do crime. Não é um álbum ruim, mas não mostra o que a
banda tem de melhor. Diferentemente do disco anterior, “As quatro estações” de
1989, vem recheado de canções que entraram para a história do rock brasileiro. Músicas
como “Pais e filhos”, “Meninos e meninas”, “Monte Castelo”, “Há tempos” entre
outras, agora são tocadas por apenas Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo
Bonfá, pois o baixista Renato Rocha acaba deixando a banda depois de problemas
com os outros membros.
Alguns
anos afastada dos estúdios, a legião surge com um novo trabalho. Estamos no ano
de 1991 e o álbum em questão é o “V” (cinco), nome muito simples para letras
tão complexas e misteriosas. Muitos dizem que Renato usa referências a temas
que gostava: Idade Média e Maçonaria. Bem, são músicas do álbum: “A montanha
mágica”, “A ordem dos templários”, “Metal contra as nuvens”, “Teatro dos vampiros”,
“Vento no litoral” entre outras.
No
ano seguinte apenas o lançamento do trabalho duplo intitulado “Músicas para
acampamentos” com várias gravações de estúdio e shows feitos pela banda.
Destaque para a música “O senhor da guerra”.
Em
1993, depois de alguns problemas com álcool e drogas, o líder da banda volta a
gravar e a banda faz um dos seus melhores trabalhos, talvez o melhor. “O
descobrimento do Brasil” traz músicas com letras reflexivas como “Só por hoje”,
“Hoje não dá”, “Um dia perfeito” e “Vinte e nove” e nostálgicas como “Love in
the afternoon” e “Giz”. A capa do disco traz a impressão de mistério e segredo.
Em
1996, a Legião Urbana entra em estúdio para gravar o último trabalho intitulado
“A tempestade” ou “O livro dos dias”. Um disco bastante carregado com clima
tenso, pois nesse momento o líder já se encontrava bastante debilitado devido a
problemas recorrentes do vírus HIV. “Uma verdadeira tradução do estado
emocional de Renato Russo. Um adeus sombrio e amargurado”. Curiosamente esse
foi um único disco em que a banda não escreveu a frase latina Urban Legio omnia
Vince (Legião Urbana vence todas as coisas) frase criada por Renato fazendo
referência ao Império Romano. Em vez disso os dizeres do escritor brasileiro
Oswald de Andrade “O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente
dizendo adeus”. Uma verdadeira despedida.
Não
há dúvidas que a banda marcou a história desse país. Depois da morte de Renato
Russo os outros membros anunciaram o fim da Legião Urbana e nos anos de 1997,
1998 e 1999 foram lançados os discos “Uma outra estação” com várias músicas que
não entraram na “Tempestade”; “Mais do
mesmo”; uma coletânea e “Acústico MTV” respectivamente.
Ps.
Artigo dedicado a todos os amantes de uma boa música.
3 comentários:
Adorei a matéria! parabéns!
Vi no Jronal de fato, eu acho. boa.
Inteligente
Postar um comentário